Como é o processo de avaliação de livros pela Capes?

 

Em dezembro de 2022, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou os resultados da avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu em funcionamento no Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) referentes ao Quadriênio 2017-2020.

 

 O processo também foi utilizado para atualização do sistema de classificação dos periódicos (Qualis). Mas como é feita a avaliação dos livros publicados por docentes e discentes dos programas de Pós-Graduação?

 

Em 2019, o Grupo de Trabalho “Qualis Livro” elaborou documento intitulado “Proposta de Classificação de Livros”. Na introdução dessa publicação a Capes destaca a relevância das obras para difusão científica. “A difusão de conhecimento científico por meio de livros é uma forma importante de construção de teorias e de divulgação de resultados de pesquisa em um conjunto expressivo de Áreas do Conhecimento”, cita o documento.

 

Vale destacar que essa publicação do GT foi desenvolvida para nortear o processo de classificação das obras, mas cada área teve autonomia para escolher os quesitos e o conjunto de indicadores adotados.

  

Processo de avaliação

 

Diferente dos periódicos, os livros são avaliados de maneira individual, portanto, uma editora não possui um qualis geral. A obra é classificada como unidade e não por capítulos específicos.

 

Indicadores utilizados na classificação   

 

 A proposta inclui 3 principais quesitos.

 

O primeiro deles refere-se aos aspectos formais tendo por base informações prestadas pelos programas de pós-graduação ou obtidas a partir de dados bibliográficos enviados à Capes.  No Quesito I são avaliados: Idioma; Tipo de Editora; Financiamento, Conselho Editorial;  Informações sobre os autores; Parecer e revisão por pares; Índice remissivo; Vínculo com a linha de pesquisa; Premiações; Obra de referência.

 

Para ser classificado como livro, deve-se ter ISBN ou ISSN (obras seriadas), mínimo de 50 páginas, ser publicado por editora pública ou privada, associação científica e/ou cultural, instituição de pesquisa ou órgão oficial e possui ficha catalográfica.

 

No Quesito II, são contemplados os seguintes indicadores: Natureza do Texto (valorização de produção científica);  Leitor Preferencial (nível de complexidade do tratamento dos temas); Origem da obra (indicador da rede articulada de produção de conheci[1]mento).

 

O Quesito III é indicado pelo GT para as áreas que, preferencialmente, aplicarem a leitura da obra de forma integral no processo de avaliação do conteúdo. Ele contempla Inovação, Relevância e Impacto.

 

Estratos

 

A classificação dos livros vai de L1 (elevada qualidade) a L5 (menor qualidade). A atribuição LNC é quando a publicação não pontua por não atender os requisitos que a definam como livro.

 

Cada estrato na escala 0 a 100 equivale a:  L1 (acima 85 pontos);  L2 (acima 71 até 84 pontos); L3 (acima de 61 até 70 pontos); L4 (acima 51 até 60 pontos) e L5 (até 50 pontos).

 

Fonte:

 

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Proposta de Classificação de Livros. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/12062019-proposta-de-classificacao-de-livros-gt-qualislivro-pdf/view. Acesso em dez. 2022.